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EXPERIÊNCIAS CORPORAIS NAS RELAÇÕES DE CUIDADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores/as

Resumen

Objetivo: analisar as experiências corporais nas relações de cuidado em unidade de terapia intensiva. Metodologia: revisão integrativa realizada nas bases de dados MEDLINE, SCOPUS, LILACS e CINAHL, das quais resultaram em 13 artigos. Os resultados foram analisados de forma descritiva e organizados em categorias temáticas, conforme a similaridade dos conteúdos, a partir de conceitos da Antropologia do Corpo. Resultados: foram construídas duas categorias: “O corpo nas relações de cuidado” e “As experiências corporais mediadas pela tecnologia”. Nelas, discutiu-se como as experiências corporais na UTI são mediadas pelas tecnologias, especialmente aquelas denominadas de “duras”, representadas por dispositivos, máquinas e medicamentos. Elas interferem na interação do corpo da pessoa consigo, com os outros e com o ambiente. As experiências corporais na UTI transformam o corpo ativo e reflexivo em um corpo nu, reduzido, limitado e exposto à medida que o nível de consciência se reduz. Dessa forma, os significados da corporeidade nas relações de cuidado em UTI se constituem a partir da compreensão do corpo como uma superfície de inscrição das práticas e técnicas dos profissionais de saúde no decorrer do tempo de hospitalização.  Conclusão: o corpo da pessoa hospitalizada em UTI é significado através da passividade e da aceitabilidade. A sensibilidade carece de espaço, mas movimentos de reflexão e em direção às ações possíveis para humanizar o cuidado na UTI foram evidenciados.

Palabras clave:

Cuidados Críticos, Tecnologia, Corpo Humano, Unidades de Terapia Intensiva, Antropologia, Revisão

Biografía del autor/a

Franciele Roberta Cordeiro, Universidade Federal de Pelotas

Professora Adjunta da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas

Juliana Graciela Vestena Zillmer, Universidade Federal de Pelotas

Professora Adjunta da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas

Marina Borges Luiz, Universidade Federal de Pelotas

Enfermeira. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas.

Nataniele Kmentt da Silva, Universidade Federal de Pelotas

Acadêmica do 8° semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas.

Helena da Cruz Campelo

Acadêmica do 7° semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas.

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